Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, a 8 de março, parceria entre a marca de joalharia portuguesa ética e sustentável Wonther e a Associação Missão Dimix, unem 18 marcas criadas por mulheres portuguesas para doar 8% da faturação a São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.
Campanha celebra o Dia da Mulher unindo marcas de mulheres portuguesas contra a pobreza menstrual
O valor angariado destina-se a ajudar a reduzir a pobreza menstrual ao mesmo tempo que promove a costura solidária e a sustentabilidade ambiental combatendo o uso de descartáveis que tanto prejudicam o ambiente através da campanha “Stand by Her” #standbyHER da Associação Missão Dimix, promotora da defesa dos direitos humanos que opera diretamente nestas regiões.
A iniciativa pretende contribuir para diminuir o número de adolescentes que faltam ou abandonam mesmo a escola devido à menstruação.
Sónia Pessoa, Coordenadora e Fundadora da Missão Dimix, identificou três causas prioritárias às quais se destinam os donativos monetários:
- Envio de pensos reutilizáveis criados por uma rede de voluntários em Portugal;
- Aquisição de máquinas de costura manuais para a produção de pensos higiénicos reutilizáveis localmente;
- Construção de casas de banho para uso exclusivo de raparigas nas escolas locais destes dois países africanos.
“A dignidade menstrual é uma causa que nos é muito querida e sobre a qual já debatíamos internamente há muito tempo. Quando conhecemos a sexóloga Vânia Beliz, umas das principais promotoras desta missão, a empatia foi imediata e sabíamos que tínhamos de ajudar.”, refere Olga Kassian, fundadora da Wonther.
A esta ação juntaram-se além da Wonther, as marcas Limon Rose, Nazareth, Plume Organic, Clair Couture, Pura Creative Nature, Joana Ribeiro Joalharia, Ana Marta Cerâmica, Ownever, Inusitado, Mauvais Marie, Airosa Design, Normal or Not, Wheat & Rose, Knot Knot, MIRAKAYA, Light Years Away e Marita Moreno.
Um ensino de qualidade pode transformar o futuro de uma menina. No entanto, por todo o mundo, adolescentes faltam ou até mesmo abandonam a escola por um simples motivo: a menstruação. Em África, segundo a Organização das Nações Unidas, uma em cada 10 meninas faltam à escola durante o seu ciclo menstrual, perdendo 20% da sua educação, devido à falta de produtos básicos de higiene menstrual.
Pelo fim da pobreza menstrual, são vários os projetos determinados neste combate
- The Pachamama Project | Inglaterra
Em Inglaterra uma estudante de 20 anos, chamada Ella Lambert, criou em Julho de 2020 o The Pachamama Project. O objectivo é disponibilizar produtos de higiene íntima a refugiados, Ella criou uma rede de 150 voluntários, que ajudam a produzir kits de pensos higiénicos reutilizáveis, enviados para as mulheres nos campos de refugiados da Grécia e Líbano. Cada kit é composto por quatro pensos higiénicos, que podem ser lavados e reutilizados por um período de cinco anos. - Eco Femme | Índia
Na Índia, a Eco Femme, empresa social criada e gerida por mulheres, tem como objetivo a divulgação de práticas menstruais saudáveis e ambientalmente sustentáveis dedicando-se ao fabrico de pensos de flanela de algodão orgânico, lavável, que acarreta menor risco de infeções. Cada penso pode ser lavado até 75 vezes e os benefícios ambientais e económicos são imediatos. - #PeríodoLivre, Associação Corações com Coroa | Portugal
Em Portugal a Associação Corações com Coroa lançou a campanha em fevereiro de 2020 #PeríodoLivre para envio de pensos higiénicos reutilizáveis para a Guiné-Bissau. A iniciativa de solidariedade da associação sem fins lucrativos, presidida por Catarina Furtado, reúne e envia “Kits Dignidade” para a Guiné-Bissau, compostos por artigos de higiene feminina. Por falta de condições económicas para adquirir pensos higiénicos, na Guiné-Bissau é comum as meninas não poderem frequentar a escola quando estão menstruadas. Cada “Kit Dignidade” é composto por seis pensos higiénicos reutilizáveis, bem como um sabonete, uma toalha, uma emulsão para bebé, um gorro para bebé, um lençol e preservativos. Para construir estes kits, a associação conta com o apoio do Município de Grândola.
